top of page

Auricéia Antunes de Lima

Cadeira número 02
Patrono: Celso Dantas da Silveira

ACADÊMICO

1. Artigos:

 

IDENTIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL BRASILEIRA

 

Auricéia Antunes de Lima[1]

 

RESUMO

 

Este artigo aborda a questão identitária do povo brasileiro a partir da sua diversidade cultural. O estudo traz uma reflexão sobre o processo histórico e analisa as transformações sociopolíticas, econômicas e culturais do país no decorrer dos tempos. A metodologia implantada foi uma revisão da literatura científica. Os achados da literatura permitiram uma visão contemporânea identitária do povo brasileiro a partir da sua diversidade cultural, na qual a construção do perfil populacional, entre outros fatores, resulta do processo de miscigenação das diversas etnias que permitem em uma maior compreensão sobre a importância da preservação da identidade de cada povo. O estudo contribui para a sensibilização dos órgãos competentes, no tocante à implantação de políticas públicas consistentes para o segmento cultural. Enfatiza, ainda, a necessidade de ações de resgate da memória cultural.

 

PALAVRAS-CHAVE: Identidade. Diversidade Cultural. Cultura. Grupos Étnicos.

 

 

ABSTRACT

 

The aims of the manuscript was know the identity of the Brazilian’s people from its cultural diversity. The study showed a reflection on the historical process and analyze the change social, political, economic and cultural throughout the ages in Brazil. The method was a review of the scientific literature. Published findings showed an identity contemporary vision of the Brazilian’s people from their cultural diversity, in which the construction of the population profile, among other factors, results from the mixing process of the various ethnic groups. The results showed to need for a greater understanding of the importance the preservation of the cultural identity of each people. The study showed to need of the implementation of consistent public policy for the cultural sector. Also emphasizes the need for cultural memory redemption.


KEY-WORDS: Identity. Cultural Diversity. Culture. Ethnic Groups.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O desdobramento dos fatos do século XXI é reflexo da história e das transformações políticas, econômicas e sociais vivenciadas pelos brasileiros, do período Colonial ao Republicano: de um mundo rural para o urbano, de uma geração tradicional, poética e simples para um mundo da informação, ciências e das tecnologias. Porém, em todos os tempos, a experiência humana e as múltiplas culturas são fatores agregadores de conhecimento.

Nesse contexto, ressalta-se a importância da diversidade cultural, resultado da presença dos povos que aqui estavam e dos que chegaram nas mais distintas situações. Uma diversidade que reflete vivências das inúmeras etnias, dos saberes, costumes, valores, crenças e o jeito de ser de cada povo. Uma história construída pelos feitos de brasilidade resultados de uma contraditória e complexa trajetória.

Em sintonia com esse pensamento, este artigo aborda a questão da identidade como resultado de uma construção milenar, repleta de significados devido a uma vasta diversidade cultural. Portanto, a cultura é um legado intelectual e artístico do Brasil, com suas manifestações eruditas e populares, destacando-se pelo seu esplendor criativo.

No contexto histórico e social, é possível afirmar que a criatividade é resultado do esforço individual e também dos estímulos do grupo social. Por isso, a criatividade é fruto de muito trabalho e conhecimento adquirido. Nessa linha de estudo, identidade parte da concepção de pertencimento cujo discurso é tido como autoritário e impositivo.

Logo, é necessário compreender a realidade e perceber a dinâmica do passo a passo da construção da história do ser humano. Observar as diferenças e multiculturalismo de cada povo, diagnosticar modus vivendi e respeitar o direito do outro de ser diferente. É essencial zelar pelo passado de glória sem olvidar de olhar para o amanhã que se constroi diariamente.

Diante desta concepção, é fundamental observar a essência da natureza dos valores, costumes e manifestações culturais de uma nação cujos conhecimentos são irmanados da tradição oral, dos seus antepassados, e estarão preservados para gerações posteriores.

Para as escritoras Veloso e Madeira (1999, p. 61), [...] “a necessidade de formular um conceito de identidade, que pudesse representar as nações então emergentes, foi a principal tarefa que os intelectuais e os artistas se auto-atribuíram em nosso continente”.

Quanto a essa consideração, é importante lembrar que o advento da globalização trouxe expressivas contribuições imensuráveis para as diversas áreas do conhecimento. No entanto, é notório o grau de interferência e influência no comportamento cultural dos diversos segmentos sociais. Registre-se que a arte na sua simplicidade é emanada do povo, e tem como desafio retratar sua alma, preservando sua identidade cultural.

Esse processo tem um custo muito alto: implica em suor e lágrimas, traduzidas nas lutas humanas por seus direitos e dignidade, não perdendo de vista as diversidades, próprias das vivências culturais. Entende-se que as artes são manifestações de realidades humanas cuja linguagem se apresenta, de regra, com particularidades especiais.

Nesta perspectiva, os autores Visentini, Ribeiro e Pereira (2013, p. 190) afirmam que [...] “não se pode negar que diversos povos habitavam o território brasileiro em períodos anteriores ao das grandes navegações, a chegada dos portugueses contribuiu para mudar o perfil da região, conferindo-lhe, ao longo do tempo, muitas das características que ela apresenta atualmente”.

Este estudo tem por objetivo proceder uma análise da revisão da literatura que aborda aspectos alusivos à pesquisa sobre a identidade e diversidade culturais, na perspectiva das ações implementadas nas áreas políticas e sociais pertinentes. Tal investigação é relevante, pois pode suscitar possibilidades de identificar obstáculos, e, a partir daí, traçar metas com vistas ao desencadeamento de processos geradores de possibilidades no campo sociocultural.

Por razões dessa natureza, faz-se necessário estabelecer os pilares de sustentação para a preservação da identidade cultural e estabelecer eixos estratégicos para planejamento das novas políticas de estado. É indispensável a adoção de medidas para o combate à intolerância e desigualdades presentes nos programas sociais e nos modelos de desenvolvimento adotados pelo governo brasileiro.

O processo de imigrações e migração internas e externas é uma realidade universal. Portanto, o tema do estudo é pertinente face a sua atualidade, sendo necessárias ferramentas para a preservação dos valores individuais.

Fundamentado nesse princípio, preservar a identidade cultural é garantir a riqueza da diversidade presente em todas as regiões brasileiras, podendo as ações sustentáveis e adequadas permitirem o resgate das tradições populares. Assim, identidade cultural é o saber e o fazer diferente. É a existência individual de determinada tribo e a própria natureza das coisas e das pessoas. É ser gente e ter o direito de viver do seu jeito, respeitando as diferenças com civilidade e razoabilidade.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Para maior compreensão sobre o termo Identidade Cultural, é importante a definição de Cultura, que pode evidenciar a longa trajetória do ser humano em sua caminhada milenar. Experiências vividas em momentos singulares, sempre novos, repletos de costumes tradicionais somados à absorção do moderno cujas representações sociais são de expressivo significado. O homem constroi sua própria história, reinscrevendo-a diariamente nos anais do tempo.

Identidade cultural é tudo o que está vinculado à vida das pessoas a partir dos seus costumes, crenças, romanceiro, culinária, maneira de falar e sentar. São características personalizadas que identificam um povo, uma nação, uma comunidade. Valores arraigados que caracterizam o ser humano cujas raízes são fixadas no seu solo e, sobretudo, no seu sentimento de pertença.

Identidade cultural é o desejo de perpetuar suas tradições e de garantir às gerações posteriores uma história vivenciada por homens e mulheres que resistiram às intempéries numa demonstração de garra e determinação. Em seu estudo, Peruzzolo (1972, p. 301) define Cultura como “um corpo complexo de normas, símbolos, mitos, imagens, concepções, modos de vida, que, penetrando o indivíduo em sua intimidade, estrutura a sua conduta e seu modo de ser”. A Cultura e a Comunicação são essencialmente um processo de influências.

É imprescindível, contudo, reportar-se aqui, para evitar confusões, à intercomunicação, que é a comunicação do homem ao nível humano. Um processo pelo qual sentimentos, ideias, e conhecimentos se transmitem entre indivíduos ou grupos originando interações [...]. As pessoas se comunicam em muitos níveis, por uma infinidade de razões e através das mais variadas formas. Seus comportamentos comunicativos assumem as mais diferentes colorações, segundo os momentos e as situações sociais em que se encontram os comunicantes (PERUZZOLO, 1972, p. 20 – 21).

Logo, o campo cultural é um dos pilares de desenvolvimento de um país porque integra uma cadeia produtiva e preserva a identidade cultural de um povo. Nesta perspectiva, o Ministério da Cultura (MinC) publica, em 2011, as metas do Plano Nacional de Cultura. No texto O cenário da cultura em 2020, explica-se como serão trabalhadas suas três dimensões: simbólica, cidadã e econômica. Apresenta as metas, impacto na sociedade e o que é preciso para sua concretização.

O desafio é desenvolver estratégias possíveis para cumprir essas metas que podem mudar o cenário cultural brasileiro. Programas como Cultura Viva (Pontos de Cultura), Agentes de Leitura, Criação das Leis de Fomento como a Rouanet (nacional), Câmara Cascudo (do Estado do Rio Grande do Norte) e Djalma Maranhão (do município do Natal/RN) e a realização das conferências nacional, estaduais e municipais de cultura. E ainda, o Programa Mais Cultura nas Escolas e as discussões transformadoras dos fóruns de gestores culturais são os primeiros passos para essa construção.

Nessa linha, destacam-se também os programas de incentivo às áreas circenses, artes plásticas, música e literatura, os editais públicos permanentes e temporários, reconhecimento do patrimônio material e imaterial, entre outros. Enfim, políticas que proporcionam um novo formato ao fazer cultural no Brasil. É um conjunto de ideias e programas que corroboram esforços na proposta de valorização de uma política cultural consistente, cujos indicadores sinalizam para uma nova linha de ação.

Diante desta dimensão, a 31ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) sobre Políticas Culturais, realizada em 2001, instituiu a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural e considerou a diversidade cultural como um patrimônio comum da humanidade. Sobre o assunto, Lopes (2005, p. 21) afirma que

A maioria dos demais países, no entanto, se manifestou claramente favorável a um texto que abarque todos os aspectos das manifestações culturais, sejam elas de cunho comercial ou não. A atuação brasileira tem contribuído para trazer as discussões de volta ao aspecto mais relevante da questão, ou seja, a importância de um consenso internacional sobre o caráter fundamental da proteção da diversidade cultural, numa época em que a globalização traz consigo tentativas de hegemonia cultural e padronizações empobrecedoras da necessária variedade de enfoques e expressões, fundamento básico de uma visão mais democrática da ordem internacional.

Nos últimos cinquenta anos, com as transformações em todas as sociedades em decorrência das novas descobertas tecnológicas e da era da informação, as questões existenciais tendem a ficar em segundo plano. Nesse ritmo acelerado do mundo globalizado, são muitas as teorias sobre cultura, diversidade e identidade cultural. Conforme Leitão (2009, p. 13) é importante

Sabemos que os excessos levam à ultrapassagem de limites que, por sua vez, produzem o esvaziamento de identidades, valores e significados. O resultado é que, enquanto vivíamos os excessos, perdemos nossas bases identitárias e, dessa forma, penetramos em um mundo de referências flutuantes, em que as ideologias tornaram-se incapazes de justificar nossas escolhas ou de orientar nossos destinos.

Com base nesses princípios, é preciso conectar a cultura ao desenvolvimento de forma que o homem tenha o direito de preservar a sua própria história. Empreender no rumo do progresso, assimilando os conceitos das ciências, política, economia, antropologia. Absorver plenamente as novas possibilidades e contribuir para a evolução e as transformações da humanidade. Tudo isso sem se abdicar do seu compromisso individual pela preservação das manifestações culturais as quais simbolizam a trajetória de um povo.

Na época do capitalismo exacerbado e uma política neoliberal excludente, é imprescindível um planejamento estratégico que valorize a classe artística, incentive a produção cultural, porque esse segmento se faz com criatividade, determinação e informações de expressivo conteúdo intangível e simbólico. Assim, definem Cultura os autores Visentini, Ribeiro e Pereira (2013, p. 22) “o conjunto da maneira de pensar, agir e se comportar de um povo que vive em coletividade, compartilhando símbolos e valores”.

A cultura é a veia central do processo educativo. Seu fortalecimento no âmbito escolar transpõe barreiras uma vez que o mais importante para o indivíduo é a preservação da sua identidade cultural.

O conteúdo de cultura se refere aos aspectos da sociedade humana que são apreendidos e não herdados, porém compartilhados pelos membros das sociedades e tornam possível a cooperação e a comunicação. Desse modo, a cultura é composta tanto por elementos materiais como por obras de artes, técnicas ou instrumentos de trabalho de grupo, bem como suas vestimentas, elementos espirituais ou religiosos que incluem ideias, crenças, normas, valores e costumes do grupo. Portanto, a compreensão de qualquer cultura deve evitar privilegiar, como foi feito no caso da África, o fator psicológico da identidade cultural em vez de considerar também as dimensões históricas e lingüísticas (VISENTINI, RIBEIRO e PEREIRA, 2013, p. 21).

A partir desta concepção, para maior aprofundamento sobre a integração da Educação e da Cultura nas escolas, é indispensável uma análise dos indicadores culturais da localidade como fator essencial para dimensionar o grau de interesse da classe gestora sobre o assunto e identificar as dificuldades educativas. Os indicadores podem revelar dados significativos para maior compreensão e aplicação das políticas públicas estabelecidas para a área.

A Cultura e a Educação são, portanto, ferramentas transformadoras que propiciam melhorias no cotidiano das pessoas e no desenvolvimento das nações. O planeta requer um olhar diferenciado que aprofunde essas questões e defina Educação e Cultura como promotoras de uma sociedade melhor. Um saber que determine os perfis humanos e profissionais necessários a este novo mundo e seja instrumento poderoso na promoção do bem comum.

A propósito, faz-se mister refletir sobre o modelo evolucionista resultado da pressa do mundo secular. O homem percorre caminhos que, às vezes, não o levam a lugar algum; apenas o conduzem numa trilha sem volta no percurso de espaços experimentais. Nesse sentido, o papel da educação é essencial em qualquer sociedade e em todas as expressões do poder nacional. Quanto à expressão econômica, ou seja, ao desenvolvimento econômico mundial, segundo Galbraith (1996, p. 79),

Em primeiro lugar, a educação tem uma relação vital com a paz social e a tranqüilidade. É a educação que propicia a esperança e a realidade da fuga dos estratos sociais e econômicos inferiores e menos favorecidos para os que estão situados acima. Um grau de estratificação social e econômica é inevitável na sociedade justa; a eliminação completa de um sistema de classe é quase certamente impossível. A decência social e a estabilidade política requerem, porém, a existência de uma chance reconhecida e eficaz de movimento ascendente, de fuga dos níveis inferiores para os superiores. Se isso não existir, há a certeza do descontentamento social, até a possibilidade de revolta violenta.

Assim, evidencia-se no cenário universal que as políticas de governo sejam luzes sobre as sombras e se constituíam radicalmente em instrumentos de mudanças individuais e coletivas. Neste aspecto, é fundamental a execução de projetos socioculturais e educativos que representem a memória viva de uma comunidade. Ao entrar nesse universo fantástico do mundo cultural, é possível enfatizar ainda a grandeza das tradições das comunidades quilombolas, indígenas e o povo cigano.

Entre tantas outras que representam a existência humana, a riqueza estética e a diversidade desses povos são fortes características que não desapareceram com as interferências ocorridas nos grandes centros urbanos, no limiar dos séculos. Nas produções culturais e mostras de artes plásticas, culinária, medicina fitoterápica, dança, oficinas, seminários e áudio visual, é possível a proteção e o resgate desse patrimônio histórico.

Para maior compreensão, reporta-se ao período colonial quanto à catequese e à exploração dos povos indígenas e, posteriormente, aos escravos vindos do continente africano, nos diversos ciclos da economia e circunstâncias variadas, situações que deixaram profundas e vergonhosas marcas na história do povo brasileiro. No artigo Jesuítas, Negros e Índios: As Mestiçagens nas Fazendas Inacianas do Rio de Janeiro no Século XVIII, de Márcia Amantino, publicado em Paiva (2010, p. 88), a autora refere que

A relação dialética de hostilidade-harmonia foi esquematizada pelo seu criador em três níveis: o primeiro deles diz respeito à identidade dos indivíduos reconstruída em cada momento a partir de diferentes contatos com outros. Segundo nível relaciona-se com a ideia de comunidade. Com os contatos e as trocas ocorridas, deixam de existir dois grupos diferentes. Os indivíduos envolvidos formariam uma identidade comunitária, não mais baseada na etnia, mas sim na localização e no contexto em comum que passaram a viver.

Então, entre as inúmeras maneiras de abolir os valores identitários desses povos, estavam a proibição de suas práticas religiosas, destruição de peças do seu culto, mobília, vestuários e a absorção de outra língua. Mesmo assim, apesar das intempéries, o amor ao seu povo não permitiu tamanha atrocidade. E, apesar da complexidade da trajetória, preservaram seus costumes, seu estilo de vida e a dança fonte de sua alegria. Esses povos, em sua sabedoria popular, entenderam que a longa estrada somente seria vencida com persistência, prudência, coragem e, sobretudo, nunca desistindo do sonho, deixando exemplo de uma busca constante pelo bem supremo. Nessa linha de pensamento, Morin (2011, p. 50) afirma que

Não poderemos eliminar a infelicidade nem a morte, mas podemos aspirar a um progresso nas relações entre seres humanos, indivíduos, grupos, etnias, nações. O abandono do progresso garantido pelas ‘leis da história’ não é abandono do progresso, é o reconhecimento de seu caráter incerto e frágil. A renúncia ao melhor dos mundos não é de forma alguma a renúncia a um mundo melhor.

Nessa linha de pensamento, é possível mencionar que o iluminismo fracassou porque não podia enxergar a sombra no coração de sua própria clarividência. As luzes, para não cegarem, precisam de sombras, ou seja, nunca, em tempo algum, foi tão necessário compreender a realidade da vida e os mistérios do universo. Então, é fundamental buscar a paz e a justiça nas instâncias superiores, e o resto, com certeza, será acrescentado.

A existência humana constitui-se de ciclos em que as catástrofes sísmicas, imigrações, guerras, conflitos, pestes, calamidades públicas, fome e as secas, cada vez mais frequentes, são fatores que contribuem para a desagregação cultural de uma nação. Em decorrência da sua ganância, alguns homens têm dizimado a si e a natureza. Mesmo assim, é possível contabilizar a grandeza das diversas culturas, em todos os tempos, com características próprias, valores essenciais para a sobrevivência de comunidades singulares. Os mais resistentes sobrevivem e os menos potentes desaparecem ou se submetem ao poder do mais forte. Assim foi e ainda será por séculos.

Por uma harmoniosa convivência, povos de diversas culturas observam o desaparecimento de costumes, tradições e valores de seus antepassados. Para alguns, irrelevantes, daí a não preocupação em preservar a identidade cultural de cada tribo em todos os rincões. São riquezas milenares as quais precisam ser conhecidas pelas gerações futuras e vividas por seus descendentes. Da culinária própria, de sabores únicos, temperos de grande valia que as matriarcas transferiam para suas filhas, com sabores incomparáveis aos demais costumes. Sabedorias milenares, de incalculável valor afetivo, essenciais do ponto de vista histórico e da felicidade para os habitantes de uma comunidade. Com o advento do progresso, tudo é possível, porém nem tudo convém, como refere Galeano (2015, p. 21)

O sistema não previu este pequeno incômodo: o que sobra é gente. E gente se reproduz. Faz-se o amor com entusiasmo e sem preocupações. Cada vez resta mais gente à beira do caminho, sem trabalho no campo, onde o latifúndio reina com suas gigantescas terras improdutivas e sem trabalho na cidade, onde reinam as máquinas: o sistema vomita homens. As missões norte-americanas esterilizam as mulheres e semeiam pílulas, diafragmas, DIU’s, preservativos e calendários marcados, mas colhem crianças. Teimosamente, as crianças latino-americanas continuam nascendo, reivindicando seu direito natural de ter um lugar ao sol nessas terras esplêndidas, que poderiam dar a todos o que a quase todos negam.

De sábias e atuais palavras, o referido autor afirma que o universo também é constituído por gente, com desejos e emoções. Provoca reflexões para a realidade mundial, quanto ao processo de exclusão de diversos povos nos continentes (asiático, africano e americano). Pessoas que almejam melhores condições de vida saem por aí, sem lenço e sem documento, acreditando na sorte e na sensibilidade de alguns líderes internacionais, em busca da felicidade.

Acolhimento é o que necessita os que vivem mais um histórico êxodo no planeta. Entretanto, nem sempre as fronteiras estão abertas para o expressivo contingente humano em busca de alimentos, emprego e moradia. Os imigrantes e refugiados de todos os continentes querem apenas ter o direito de nascer e de viver em paz. São homens, mulheres e crianças que olham o mundo com tristeza ao perceberem a dimensão dos muros em seu entorno.

São os degredados filhos dos séculos XX e XXI, que, de mãos estendidas, revelam a cruel realidade de sistemas políticos e econômicos desastrosos. Um modelo excludente, impregnado pela prática tirana da corrupção, ganância e falta de amor ao próximo. Uma vergonha para a humanidade. Pessoas que deixam suas culturas, saberes, crenças, famílias; vão para o confronto da guerra fria e enfrentam as adversidades do mundo globalizado. Quiçá, eles saciem a fome biológica sem abdicar, em tempo algum, de sua identidade cultural – a riqueza que ninguém pode deles retirar.

A identidade cultural é fator transformador e de prosperidade quando é preservada em todas as instâncias. Para isso, é necessário dar passos intrépidos a fim de fortalecer esse processo. Ações integradas são determinantes e podem revigorar os fundamentos da cultura de cada povo. É preciso garantir esses valores a uma sociedade civilizada e consciente da importância da cultura e da educação, independentemente das origens étnicas, crenças ou ideal partidário. Segundo Ortiz (1991, p. 139)

A verdadeira questão não é simplesmente definir cultura brasileira. Pouco vale tentar descobrir e explicar quais as características de nossa nacionalidade. O primordial é a quem interessa aceitá-la. É identificando os produtores culturais todos, e não somente os consumidores, que se estará esboçando o perfil da nossa cultura.

  

São muitas as definições e (pré) conceitos quanto à cultura brasileira, desde os tempos coloniais, nos relatos dos primeiros missivistas oficiais e nos registros dos missionários. Ambos retratam tribos indígenas antropófagas, de costumes sociais nada ortodoxos, porém se esquecem de relatar suas verdades no jeito de ser e viver. São os homens brancos os responsáveis por incutir ideias e costumes contrários às tradições indígenas e tirar proveito da confiança de alguns chefes e da desigualdade militar daquele povo. As consequências a história oficial não registra. Por muito pouco, não desapareceram os índios. Ainda hoje, lutam acirradamente para defender a natureza e suas terras das mãos de estranhos aventureiros. Na citação de Vannucchi (1999, p. 43), esta é a realidade de todos os povos que, por razões específicas, deixam a sua terra,

Aliás, no Brasil, o desrespeito às raízes populares vem causando, há séculos, trágicos estragos sociais. Ontem, foi o negro, arrancado da África e escravizado por aqui. Hoje, é o homem e a mulher do campo, desconsiderados como gente, trabalhando em geral uma terra que não é deles nem para eles; depois violentamente desarraigados dos seus próprios valores para se reduzirem, na migração sem rumo, andantes sem terra, desempregados, bóias-frias, biscateiros, favelados, maloqueiros. Porém, até conseguir trabalho na cidade, mas coagidos à fragmentação interior, pelas exigências tecnológicas e pragmáticas do mundo urbano, atravessarão o resto da vida de raízes partidas, proletarizados, coalhando de miséria e tristeza a periferia da cidade grande e madrasta.

            De fato, sem respeito às individualidades, desenvolvimento econômico, solidariedade entre os povos e, sobretudo, compromisso e responsabilidade dos líderes e dirigentes internacionais e nacionais, não se vislumbra cenário promissor para as décadas futuras. Ao longo da história, sabe-se que são fundamentais a compreensão, a prudência e o respeito entre as pessoas. Cada governante deve cumprir seu dever de casa. A necessidade de um progresso social é urgente, e as justas aspirações por uma vida digna é um direito inalienável do ser humano. Cada povo precisa conviver com suas tradições culturais e não renegar suas raízes.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Considerando o contexto das abordagens neste estudo, é possível afirmar que identidade cultural tem significativa relevância, uma vez que se reveste de uma simbologia pautada em valores e saberes da história de seu povo em todos os tempos. Fundamentando-se não somente nas narrativas teóricas, mas também numa realidade que envolve estruturas e valores, afirma-se que a trajetória cultural das gerações é atemporal porque envolve processos sociais, frutos de realidades histórico-estruturais, que se propagam e se confundem no desenrolar dos fatos.

No século XX, diversos segmentos da comunidade internacional, seja em nível étnico, cultural ou religioso, têm sofrido os mais diversos tipos de agressões. Essa realidade devastadora requer que líderes se articulem para que tamanhas atrocidades sejam contidas. Esses gestos que desrespeitam à dignidade humana maculam e empobrecem os ganhos conquistados no século passado quando inúmeros benefícios foram trazidos tanto para a ciência, como para a tecnologia.

Nessa concepção, visualiza-se que, no século XXI, há uma predominância de sociedades pluralistas e democráticas, mas com necessidade de revisão de conceitos a fim de que haja mais tolerância em relação às diversidades. As gerações vêm lutando contra as discriminações e defendendo o direito de viver seus valores culturais. Infere-se daí que é essencial compreender o que é melhor para o bem comum.

Neste trabalho, identifica-se ser preciso estimular a cultura do respeito às diferenças, uma vez que o Brasil é um país com ampla diversidade cultural cujos cidadãos exercem sua cidadania com base nos seus valores e formação. Este é o desafio: entender que há uma riqueza humana e uma árdua luta pela liberdade porque todas as pessoas têm o direito de estarem presentes na dinâmica social.

Pela relevância do estudo sobre Identidade e Diversidade Cultural, recomenda-se que pesquisas sobre o tema sejam aprofundadas. É importante um trabalho de sensibilização pertinente e pesquisas que envolvam a sociedade com o propósito de evitar a erradicação da cultura e até do próprio povo.

Portanto, a contemporaneidade está marcada pela incerteza do amanhã e uma interrogação sobre o futuro da humanidade. Os povos estão dispostos a recomeçar mesmo depois de cada acontecimento adverso que deixa marcas no corpo e na alma. Os valores que enaltecem a vida civil e a dignidade revigoram e confirmam que, em tempo algum, o homem deve desistir e perder a esperança. Quiçá, homens e mulheres deixem um legado e que outros possam seguir suas pegadas.

 

REFERÊNCIAS

 

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo/SP: Edições 70, 2011.

 

BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Manual de produção de textos acadêmicos e científicos. São Paulo/SP: Atlas, 2013.

 

GALBRAITH, John Kenneth. A sociedade justa: uma perspectiva humana. Rio de Janeiro/RJ: Campus, 1996.

 

GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre/RS: L&PM Pocket, 2015.

 

LEITÃO, Cláudia. Cultura e municipalização. Salvador/BA: Fundação Pedro Calmon, 2009.

 

LOPES, Antonio Herculano e CALABRE, Lia. Diversidade cultural brasileira. Rio de Janeiro/RJ: Edições Casa de Rui Barbosa, 2005.

 

MORIN, Edgar. A minha esquerda. Porto Alegre/RS: Editora Sulina, 2011.

 

ORTIZ, Renato. Cultura e Modernidade – A França no Século XIX. São Paulo/SP: Editora Brasiliense, 1991.

 

PAIVA, Eduardo França, IVO, Isnara Pereira e MARTINS, Ilton Cesar. Escravidão, mestiçagens, populações e identidades culturais. São Paulo/SP: Annablume, 2010.

 

PERUZZOLO, Adair Caetano. Comunicação e cultura. Porto Alegre/RS: Sulina, 1972.

 

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª ed. rev. e atual. São Paulo/SP: Cortez, 2007.

 

VANNUCCHI, Aldo. Cultura brasileira: o que é, como se faz. São Paulo/SP: Edições Loyola Jesuítas, 1999.

 

VELOSO, Mariza e MADEIRA, Angélica. Leituras brasileiras: itinerários no pensamento social e na literatura. 2ª ed. São Paulo/SP: Editora Paz e Terra, 1999.

 

VISENTINI, Paulo Fagundes, RIBEIRO, Luiz Dario Teixeira e PEREIRA, Analúcia Danilevics. História da África e dos africanos. 2ª ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013.

 

YUNES, Eliana. Linguagem, educação e cultura: leituras. 1ª ed. Salvador/BA: Fundação Pedro Calmon, 2012.

PATRONO

Celso Dantas da Silveira

 

            Celso Dantas da Silveira nasceu em Assu/RN a 25 de outubro de 1929. Era filho do advogado, jornalista e poeta João Celso Filho e Maria Leocádia Furtado da Silveira. Estudou no Educandário Nossa Senhora das Vitórias, em Assu, e em Fortaleza/CE. Desde jovem, por seu talento, inteligência e desempenho profissional, logo se destacou no segmento político, cultural e intelectual desta cidade. Foi eleito vereador para a Câmara Municipal do Assu.

            Fundou, dirigiu e editou o Semanário “Advertência” que circulava no Vale do Assu. Como ator amador, integrou o elenco de atores do Grupo de Teatro Assuense de Estudantes. É autor de uma peça denominada “Também os Monstros Amam” cujo teor fazia crítica ao Movimento de Arte Moderna de 1922, especialmente à pintura moderna, estrategicamente, direcionada à produção dos artistas estrangeiros. Participou de várias montagens de peças na cidade do Assu.

            Atuou nos Grêmios Assuense de Representação e Coronel Wanderley de Representações. Ainda adolescente, desempenhou em uma peça teatral o papel de um palhaço denominado “Cruzado Impagável”, com severas críticas à economia e à política de então. Encenou a primeira peça, entre os nove e dez anos de idade, sob a direção da irmã Josefina, do Educandário Nossa Senhora das Vitórias da cidade de Assu. Dirigiu o Museu de Arte Popular do Assu (MAPA).

            Em 1950, Celso se muda para Natal cheio de sonhos, como todo jovem que deixa o “seu chão” para seguir pelas estradas da vida. Na bagagem, levava tudo que educa e eleva o homem: o que aprendeu com a família na Terra de São João Batista. Convidado, aceita integrar o grupo de teatro fundado por Sandoval Wanderley, teatrólogo assuense, que já residia em Natal, uma das maiores expressões do teatro amador do Estado e do Brasil.

            Celso foi premiado, em 1956, como melhor ator no II Festival Nortista de Teatro, no Teatro Santa Isabel, Recife/PE. Como ator convidado, esteve no II Festival Nacional de Teatro Amador, no Rio de Janeiro/RJ, oportunidade em que divulgava seu trabalho, o nome do Assu e do Estado. Visitou várias instituições culturais e de imprensa. Nos estúdios da Rádio Nacional, Rio de Janeiro, recitou com brilhantismo, encantando a todos, poemas de Renato Caldas, entre eles “O Remexedor”.

            Paralelamente às atividades teatrais, atua como jornalista na imprensa natalense e retoma seus estudos. É graduado em Jornalismo pela Faculdade de Jornalismo Elói de Souza, que funcionava na Fundação José Augusto. As duas instituições foram criadas pelo governador Aluízio Alves. Na faculdade, também foi professor. Tempos depois, essa instituição é incorporada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte onde Celso também lecionou no curso de Jornalismo. Um dos mais expressivos jornalistas passou por inúmeros veículos de comunicação do Estado. Assumiu diversos cargos: repórter, redator, revisor, editor e diretor dos jornais Tribuna do Norte, Diário de Natal, A República e outros alternativos. Foi gestor da TV Universitária e Rádio Cabugi de Natal. No seu tempo, do seu jeito, Celso sempre enalteceu os valores humanos, a liberdade, a igualdade, zelando por todos, sem distinção de sexo, raça ou cor. Entende que todos devem ser tratados com igualdade perante a lei.

            Dizia da necessidade de uma lei universal e justa que a todos respeitassem, e que os direitos sejam garantidos sem nenhum caráter discriminatório. Como Cristão, professava a Fé Católica, sendo devoto e afilhado de Maria, a Mãe de Jesus. Ressaltava que, entre todos os valores fundamentais, está a defesa da vida com dignidade, em todas as instâncias. Tinha como parâmetro a democracia, por isso, afirmava, com veemência, que a toda pessoa humana é reconhecido o direito e o dever de participar na vida pública e cultural.

            Celso da Silveira foi o primeiro assessor de imprensa do Governo do Estado do Rio Grande do Norte. O cargo foi criado em 1961 pelo governador Aluízio Alves e confiado a Celso, que o exerceu com honradez. Também, por um período, foi assessor de imprensa do governador Monsenhor Walfredo Gurgel. Participou da equipe de assessores de imprensa de vários prefeitos de Natal. Integrou a equipe de comunicação do Sistema FIERN, sendo assessor de imprensa do SENAI por mais de dez anos.

            Aposentado da UFRN, era um educador em tempo integral. Na sala de imprensa da FIERN, onde atuavam vários jornalistas e estagiários, Celso ensinou técnicas de comunicação, a pedido dos próprios jornalistas e estagiários. Era um profundo conhecedor da literatura portuguesa. Aos jornalistas assuenses, o aviso: “somos os mais cobrados, porque nascemos em uma cidade com tradição nas Letras e nas Artes, portanto, vamos primar pelo bom texto”.

            Sua obra literária tem início com a publicação do livro “26 poemas do Menino Grande”, lançado em 1952. Deixou expressivas publicações, entre as quais, Imagens Virtuais, poemas que escreveu com a poetisa, jornalista e escritora Myrian Coeli; Poesia Agora; Glosa Glosarium; No Reino da Arisia; Versicanto; Assú – Gente, Natureza e História; Giros, Girolas, Geringonças – A Fala Criativa do Povo; e O Homem ri de Graça.

            Sobre o livro “26 Poemas do Menino Grande”, disse o jornalista e escritor Luís da Câmara Cascudo: “Não há nada igual na bibliografia do Rio Grande do Norte”. Afirmação que leva a várias interpretações. O livro foi alvo de severas críticas e acirradas polêmicas. Assim é o início da vida literária dessa figura humana maravilhosa que foi (e sempre será), Celso da Silveira, que sabia a hora de fazer acontecer.

            Para Celso, o poeta assuense João Lins Caldas foi o maior do universo. Enquanto que a sua própria poesia era bissexta e que só escrevia sob inspiração, razão pela qual se considerava um poeta à moda antiga, mas ao mesmo tempo se considerava um poeta moderno.

            Celso foi um dos pioneiros no Estado, ao lado de Oswaldo Lamartine, no gênero literário das poesias fesceninas. Com essa faceta humorística, trouxe controvérsias. Nenhuma novidade na literatura mundial. No Brasil, o poeta Carlos Drummond de Andrade também enveredou nessa linha com um soneto. Celso fundou a editora “Boagua” e nesta publicou importantes livros de renomados autores do Estado, praticamente a custo zero. Celso era um pesquisador da cultura popular e apaixonado pela vida.

            Ao completar 50 anos de vida literária e de atuação profissional, Celso realizou exposição comemorativa no Salão Nobre da Capitania das Artes em Natal. Um dos eventos dos mais prestigiados que tinha como tema: “50 anos de vida literária de Celso da Silveira”, aberto no dia 19 de abril de 2002. No Rio Grande do Norte, o ano de 2002 foi a ele dedicado. Era o tempo das celebrações de uma vida plena.

         Foi o reconhecimento da sociedade norte-rio-grandense ao jornalista Celso por honrar a profissão, contribuir para a cultura nas suas diversas linguagens, ser um cidadão de bem, e ter conduzido sua vida nos princípios da ética e da moral. A exposição também foi realizada em Assu, sendo bem prestigiada com a presença de muitas escolas. Na solenidade de abertura, eu o representei (uma distinção que sempre agradecerei) porque Celso estava com problemas de saúde. Ele foi eleito para o Instituto Histórico e Geográfico do RN no dia 25 de março de 1997 e empossado no dia 11 de junho do mesmo ano, na gestão do escritor e saudoso Enélio Lima Petrovich.

            Celso faleceu a 2 de janeiro de 2005, aos 75 anos, em Natal, e foi sepultado no Cemitério Parque de Nova Descoberta. A Missa de Sétimo Dia, em 8 de janeiro de 2005, celebrada na intenção da sua boa alma, foi oficiada pela sacerdote assuense, Pe. José Nazareno, na Igreja Matriz de São João Batista, no bairro de Lagoa Seca em Natal. No mesmo dia e horário, foi celebrada Missa na Igreja Matriz de São João Batista do Assu, presidida pelo Pároco Pe. Francisco Canindé dos Santos.

            Celso foi casado com a escritora e poetisa Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira com quem teve dois filhos: Eli Celso de Araújo Dantas da Silveira e Cristiana Coeli de Araújo Dantas da Silveira. Viúvo, casou-se com Maria de Lourdes da Silveira e teve um filho, João Brasil Radam da Silveira.

            Finalizamos lembrando que, certa vez, o Acadêmico da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, Professor Manoel Onofre Júnior, perguntou a Celso por que ele não se candidatava a uma cadeira na Academia. Celso desconversou. Então, disse o professor Onofre: “a modéstia é um dos traços principais da sua personalidade. De qualquer modo, você vale por uma Academia, embora não se dê conta disso”.

            Este é Celso, o Patrono da Cadeira nº 2 que assumo na Academia Assuense de Letras, com honradez e alegria por seus grandes feitos que enchem de orgulho seus conterrâneos. Por seu contributo notável, obrigada!

 

Auricéia Antunes de Lima, em 30 de julho de 2015.

bottom of page